Itabaiana no passado

Itabaiana no passado


Nem só do pão vive o homem
E de recordação também
O tempo tudo consome
Levando agente porém
Da verdade ninguém se esconde
Do que teve e não tem

Itabaiana tinha dois curtumes
Grande feira de gado
Uma fábrica de cordão
Cinema muito animado
Até o centro da cidade
Por seu Paiva foi sinalizado

Tinha uma usina
Que beneficiava o algodão
Esportava para Argentina
E outros países irmãos
A produção era de cima
O comércio tinha movimentação

Tinha umas quarentas sapatarias
Fábrica de óleo também
Rezes mais de cem se abatia
Na semana e não dava para ninguém
Um moinho também havia
Hoje na verdade não tem

Tinha pastoril e lapinha
Ciranda e coco de roda
As vestes das pastoras curtinhas
Mostrando as pernas formosas
O palhaço era Balinha
Que dizia as suas prosas

Cadê a praça 24 de maio
Com seu belo caramanchão
Todo coberto de flores
As que caiam enfeitavam o chão
Hoje só tem desamores
E barracos cobertos de latão

Mine-curtume tinha seis
Fabrico de arreios e celas também
Não faltava freguês
O transporte era o trem
Levava todos de uma vez
Coisa que hoje não tem

Tinha o melhor futebol
Desfile que hoje não tem
Três clubes de melhor a melhor
Um tiro de guerra também
Tinha manhã de sol
E serenata para alguém

Todos poetas de Itabaiana
Sempre faz relembrar
Falam das coisas bacanas
Que deixaram se acabar
As vezes o tempo me engana
Quando começo recordar

Não imito poeta
Porque poeta eu sou
Itabaiana é uma porta aberta
Para quem fala dela com amor
Minha poesia nela se manifesta
Nesse coração de poeta sonhador

Assim o tempo passou
E o que foi não volta mais
Quem não morreu aproveitou
Os melhores carnavais
Só a saudade ficou
Mesmo assim me satisfaz

Quem fala sobre Itabaiana
O assunto é um só
Diz que a cidade não anda
Vamos pensar no melhor
Renovando a sua fama
E todos num pensamento só

De toda essa região
Itabaiana é a melhor cidade
Precisamos de união
Trabalho com honestidade
Esse é o nosso torrão
Terra da felicidade

A essa terra amada
Entrego o meu coração
Até a última palavra
E a derradeira visão
Entregarei a minha alma
E o corpo ao frio chão
Agenor Otavio Oliveira